O papel do professor diante da incerteza profissional
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O papel do professor diante da incerteza profissional

Estar diante da ansiedade que caracteriza o momento epidemiológico tem a sua via de acesso o desencadear da angústia e do medo de lidar com os mais básicos papéis sociais que exigem mudança, preparação, adaptação e responsabilidade.


Analisar o contexto com as curvas ascendentes ainda presentes e a não sequência longa da queda dos casos de mortes pelo corona vírus remete a sociedade a explosão de queixas, adoecimento, fuga da profissão e outros, é preciso entender estes profissionais e apoiá-los na superação das suas dificuldades.


É sempre útil lembrar que a felicidade não está fora ou ao redor, ela está dentro do ser humano, também na sua vida profissional, no seu trabalho na vontade de realizar, de produzir e de ser útil é direito adquirido do homem e da mulher.


A angústia, nesse caso, é um desprazer capaz de manifestar-se em dor física diante das dificuldades de uma tarefa para a qual não se sente preparado(a). A inexperiência aliada à expectativa construída por atribuições sociais faz com que o(a)

professor(a)sinta-se incapaz de corresponder à altura do que dele(a) se espera.


Neste caso há um perigo iminente que o(a) professor(a) relaciona ao medo do fracasso, ao temor de não conseguir alfabetizar seus alunos e como consequência perder o respeito da comunidade escolar, dos pais e dos colegas professores.


Ver além do metodológico, do prático, do pedagógico, buscar enxergar a pessoa do professor e da professora, seus sentimentos e emoções. E encontrar situações para as quais acreditamos ser possível desenvolver um ensino aprendizado satisfatório diante de tantos desafios. Buscar lançar uma luz, permitindo-nos maior compreensão.


Entender melhor o sujeito professor (a) e suas demandas de uma profissão que envolve muitos desejos é fundamental que se fale do desejo de ensinar relacionado com o desejo ou a ausência do aprender. Esta relação tão desgastada vem de encontro com as frustrações que desencadeiam a incerteza ao profissional da educação.


Há que se frisar que o professor (a) não parou de trabalhar ele(a) com o seu poder de flexibilidade, adaptação e a mágica capacidade de solucionar problemas, desenvolve o seu trabalho em casa com as dificuldades comuns de um sinal de internet insatisfatório, a transformação da sua casa em sala de aula, a família presente, despesas extras com impostos públicos e outros procedimentos necessários de estar em casa, mais grave ainda é o não contato físico com a escola, que tem seu papel fundamental de socialização, não estar presente na relação de troca de experiências é outro fator frustrante que assola a educação. A relação professor (a) - estudante é de uma riqueza incalculável porque é ela que colabora para a formação do desenvolvimento da personalidade do ser humano.


Elaborar atividades de estudos enviar e receber de volta para a correção, estar conectado e produtivo é a rotina diária do profissional. Ele (a) nunca foi tão exigido no cumprimento das suas obrigações quando a sociedade encontra-se incerteza e aflita com uma situação de pandemia. É tudo muito desconhecido e desagradável.


Vamos lá fazer algumas considerações sobre o ambiente escolar:

- a escola não é uma empresa, as relações do mundo do trabalho não as mesmas, ela é um espaço de formação e construção de conhecimento;

- é ilusório achar que a tecnologia vai transformar a escola com a educação a distância, o contato presencial é facilitador e fundamental para uma educação justa e competente;

- a precarização das condições de trabalho dos professores (as ), gestores(as) e da repartição da escola é descaracterizar o espaço físico e subjetivo necessário para a formação do ser humano protagonista da sua história;

- reduzir a escola às plataformas digitais é transformá-la numa empresa que apenas repete e não transforma, nenhuma tecnologia é capaz de substituir a relação que é estabelecida entre professor (a) e aluno(a).


É preciso conhecer muito mais do que o trabalho pedagógico do(a) professor(a), para assim poder compreender os conflitos, as dúvidas, os sentimentos que enfrenta numa situação de sofrimento em sua atuação profissional.


Como se constatou pelos estudos, o(a) professor(a) , dentro da sala de aula, é o principal mediador(a) do processo ensino - aprendizagem. ... Conclui-se, portanto, que ele(a) contagia e é contagiado pelos alunos(as) . 


Wallon (1971, p. 91) defende, em sua teoria, o caráter contagioso das emoções.


É neste contexto que se faz necessário a humanização de todos no propósito de acolher o profissional da educação numa dimensão de ser único, afetivo e insubstituível.


Um abraço, Rúbia.

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