Palavra de Deus: Mateus 18, 21-35
· “Senhor, quantas vezes devo perdoar...?
Pouca gente, mesmo entre os cristãos, compreende o sentido profundo do perdão. A capacidade de perdoar a si mesmo ou aos outros é a marca registrada de uma personalidade madura.
Perdão não é esquecimento do passado, é o risco de um outro futuro que não aquele imposto pelo passado ou pela memória ferida. É preciso aventurar-se no encontro com o outro. Quem perdoa sabe estar correndo um risco, abandonando o ajuste de contas pela força ou então renunciando à força do direito. Mas, sem esse risco, a história não terá nenhum futuro e a violência irá se repetindo... Sabemos que a violência não tem regra em si mesma, é pura repetição. Já o perdão quebra a lógica do “olho por olho, dente por dente”...
Quem perdoa sai fora desse jogo, arriscando a própria vida.
O seguidor de Jesus, ao entrar em sintonia com o Deus fonte de perdão , ultrapassa toda imposição da justiça legal e abre espaço a uma nova relação com o outro. Assim, o perdão, transformando as relações humanas, possui a capacidade de revelar o rosto de Deus.
O perdão é um ato não-humano, parece mesmo ser um ato divino.
O que o texto diz pra mim?
Jesus insiste fortemente sobre o perdão, porque este é uma necessidade vital quando a vida foi ferida. Jesus se dirige a cada um de nós com a força da torrente que jorra para vida eterna e quer conduzir a todos para aquela FONTE de comunhão que o Pai deseja... perdão é uma forma de amor, um amor que acolhe o outro na sua fragilidade. Perdão é amor que reconstrói o passado.
O perdão abre um novo futuro... não se limita ao erro, mas impulsiona a irmos além de nós mesmos... é gesto gratuito e positivo de encontro, de acolhida, que se torna hábito de vida “ até setenta vezes sete”.
O perdão é uma obra de amor para com o outro e para consigo mesmo.
Minha Oração:
Fazer “memória” dos momentos em que experimentei a força criativa do perdão do outro, ou foi presença por onde fluiu o verdadeiro perdão. Agradeça.