O isolamento imposto pela pandemia do coronavírus, para minimizar o avanço da transmissão do vírus , fez da rotina antes previsível, agora negociada dia após dia. O que afetou a todos, inclusive crianças e adolescentes, pais estão com seus filhos em casa e não sabem o que fazer para mantê-los ocupados. Apesar da importância das atividades de lazer, é fundamental que os filhos entendam que não são férias.
É de extrema importância que os pais estabeleçam e mantenham uma rotina diária, principalmente no que diz respeito aos horários de sono, alimentação, descanso e a produção das atividades (ensino a distância ou não) e lazer.
Filhos sem métodos nem regras a seguir, regidos pelo saciar dos seus desejos, tornam-se tão indisciplinados quantas forem as suas vontades. Em geral, os pais procuram poupar os filhos dos compromissos. Mas o preparo para a vida exige o máximo dos filhos. Filhos poupados são menos competentes do que os que já se viram sozinhos.
Escovar os dentes, guardar os brinquedos não gritar com ninguém, fazer a lição de casa, deixar em ordem o que foi usado – e outras obrigações do dia a dia – devem ser previamente combinadas com o filho, incluindo quais as consequências se as regras forem descumpridas. Cumprir tarefas é o mínimo que se pede, mas o filho pode fazer muito mais.
O educador, médico psiquiatra e escritor de livros que trabalhou por mais de três décadas com adolescentes e conflitos familiares sendo um dos maiores especialistas na área no Brasil, relata em seu livro disciplina : limite na medida certa, que ouviu de uma mãe : “- Meu filho é mal-educado, mas não foi isso que lhe ensinei! Uma queixa comum das mães é a de que o filho adolescente xinga e maltrata outras pessoas. “Não foi isso o que eu lhe ensinei”, garantem elas. Mas tal comportamento não começou de uma hora para outra; ele denuncia que os pais deixaram de ensinar que não importa o nível socioeconômico, cultural e profissional, todas as pessoas merecem respeito; ou, então, o costume de outra pessoa o inspirou. De qualquer maneira, quando o jovem agiu de forma errada, os pais não o corrigiram adequadamente.
“Ninguém sente falta do que não conhece. Se uma criança não conhece gratidão nem sabe o significado da palavra obrigado, é preciso ensinar. Antes do ensinamento o melhor é perguntar para uma criança: o que é obrigado? Então completar a resposta dela. Por mais que os pais agradeçam tudo para todos, se o filho não agradecer, tem de ser ensinado. Pois o sentimento de gratidão é um forte componente da felicidade. Ingratidão, inveja, vingança, ambição e ciúmes não combinam com felicidade. “Obrigado(a)” tem que ser dito clara e gentilmente, com os olhos nos olhos. É uma felicidade poder agradecer e um prazer receber um sincero muito obrigado!”
Quando o filho age de forma errada, cabe aos pais corrigi-lo adequadamente, porque a impunidade deseduca, por maior amor que haja na educação combina-se a consequência. O que realmente ensina a ética a um filho é assumir as consequências dos seus atos. Simplesmente castigar ( surrar, tomar de volta o que já foi dado ) não educa e não desenvolve a ética. Perdoar, fingir que não percebeu, poupar etc. não ajuda na educação dos filhos.
Para quem tem a prática da ética, a transparência é uma das maiores virtudes. A verdade tem mais valor que sair ileso de uma transgressão com base em uma mentira. A conduta ética traz mais autoconfiança e a transparência melhora a autoestima, levando a alta performance.
Quando se discute, por exemplo, a quem cabe a tarefa de educar, se à escola ou à família, entra-se num de jogo de empurra-empurra: a quem cabe a responsabilidade sobre os mal-educados? A família cobra que a educação seja dada pela escola, enquanto esta diz que a educação deve vir do berço. Enquanto isso, a Educação vira área de ninguém...
A criança ou o adolescente não respeita os professores criticam, riem, agridem num grau de crueldade irreconhecível, indiferentes a posição do outro; chegam a agressões físicas quando têm suas vontades negadas. Cabe aos pais uma postura firme de autoridade deixando bem claro que não são amiguinhos dos filhos e sim pessoas que educam, sustentam e amam. Dando o suporte necessário para a formação da sua personalidade para crescer sob a proteção o amparo e a responsabilidade de seus pais.
Texto com base: ( Içami Tiba , livro: Disciplina - Limite na medida certa)
Um abraço, Rúbia.
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